Fé na selva de concreto

Outro dia fomos almoçar em um restaurante nas alturas, lá pelo décimo alguma coisa andar de um edifício. Na saída, uma espiada pela janela nos revelou uma pequena surpresa:



Não esperava nunca encontrar um jinja (leia-se "djindja"), ou santuário xintoísta assim, no alto de um prédio e no meio de tanto cimento, concreto e caos urbano.



Curso rápido para entender a diferença entre um santuário xintoísta (jinja) e um templo budista (chamado em japonês de o-tera ou tera): o primeiro sempre tem um torii (aqueles portões normalmente pintados de vermelho, como você pode ver na foto acima e na foto mais abaixo) e costuma trazer estátuas de animais (leões, cachorros, uma mistura dos dois ou, como no caso da foto, raposas) como guardiões. Não é uma regra rígida, pois existem alguns templos budistas que também fazem uso do torii, mas como esses templos são poucos e normalmente se encontram junto a santuários, dá pra se afirmar mais ou menos com segurança que tudo que tiver o portão mais o par de estátuas de animais guardando a entrada pode ser considerado como jinja.


Este corredor feito de centenas de Torii enfileirados marca a presença de solo sagrado na subida para o santuário xintoísta de Fushimi Inari, em Quioto.

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