Sabores estranhos de sorvete IV

O sorvete em questão, tendo ao fundo o Ujigawa (rio Uji).

Não sei como é que não havia mencionado esse sorvete antes: chá verde. Talvez pelo fato de ser um sabor tão típico daqui, fazendo parte do meu dia-a-dia de maneira tão inconspícua que quase me esqueço que não existem dessas coisas fora do arquipélago (ou, pelo menos, não existiam até pouco tempo).

Já havia experimentado essa iguaria num dos meus primeiros meses passados aqui na Terra do Sol Nascente, e lembro de não ter gostado nadinha, chegando até mesmo a botar fora metade do sorvete mal-lambido e jurando nunca mais ingerir coisa semelhante.

Caixas e mais caixas do chá mais famoso do Japão.

Mas, como o tempo é um grande curador de males e mudador de opiniões, eis que chegou o dia em que resolvi quebrar meu juramento fajuto e deixar que minhas papilas gustativas sentissem novamente aquele saborzinho verde e amargo. E nada melhor do que fazê-lo em grande estilo, visitando a bonita cidade de Uji (nos arredores de Quioto), famosa justamente pela alta qualidade do seu matcha (抹茶).

Não existem lojas ou restaurantes que não ofereçam
produtos feitos com o badalado Ujicha.

Não sei se meu gosto mudou ao longo dos anos e passei a gostar de chá verde (o que é verdade; hoje eu consigo tomar uma xícara desse chá sem açúcar e sem problemas), ou se é por que o chá feito em Uji realmente é bom, mas o fato é que, dessa vez, o sorvete me caiu bem e consegui degustá-lo prazerosamente até o fim.

Vendinha onde adquiri o sofuto kurīmu (sorvete cremoso).

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