A pedra do demônio e o inferno dos monges carecas - Oni Ishi Bouzu Jigoku



Não deu pra saber qual seria a tal pedra do demônio, uma vez q o lugar todo estava infestado delas, clones umas das outras. Mas a explicação para o aparente paradoxo de existir um inferno de monges, e ainda por cima carecas, foi muito simples de descobrir. Este inferno é cheio de lagos cor de cimento e as bolhas que aparecem a intervalos curtíssimos na superfície dos mesmos se assemelham muito à cabeça raspada dos monges budistas. Daí o nome.

Careca de monge?



Oni no Takaibiki – O ronco dos demônios



Essa historinha eu achei legal. Dizem que muito tempo atrás, um grupo de demônios estava tremendo de frio por causa de um vento gelado que soprava sem cessar na região. Resolveram, então, se cobrir com um cobertor feito de pedras (o que mais poderia ser?). Assim protegidos do frio, acabaram dormindo e começaram a roncar alto. E soltar fumaça (ronco de demônio é isso aí...).

Mar do inferno - Umi Jigoku



     Águas de um tom de azul lindo (causado pela presença de dióxido de silício dissolvido na água) foram o principal motivo para o nome desse jigoku, que surgiu após a explosão de um vulcão 1200 anos atrás.

     Nesse lugar pudemos ver como são feitos os onsen tamago, ou ovos cozidos em águas termais. Eles são colocados em cestas amarradas a bambus e baixados na água fervente (com temperaturas que variam entre 900C e 1000C). Esses ovos acabam pegando um pouco do "gostinho" dos diferentes tipos de águas e, assim, adquirem vários sabores, dependendo de em qual fonte eles foram cozidos. Os onsen tamago do Umi Jigoku estão entre os considerados mais famosos pelo seu gosto delicado.



     Além dos lagos azuis, há uma estufa com plantas tropicais, incluindo flores de lótus e vitórias-régias.



     Entre os dias 13 e 15 de agosto, os funcionários da estufa permitem que crianças de até 20 kg sejam colocadas em cima das plantas amazônicas pra tirarem fotos. Olhem só que idéia para as agências de turismo no Brasil (se é que eles já não fazem coisa semelhante)!

A montanha do inferno - Yama Jigoku



     Este foi o primeiro jigoku visitado. Não seguimos a ordem apontada pelos guias turísticos de Beppu, que aconselham começar pelo Umi Jigoku.

     As primeiras coisas que se notam nesse inferno são o cheiro de ovos podres, cortesia das nuvens de enxofre que permeiam o lugar, e a total ausência de montanhas, o que nos deixou em dúvida sobre o porquê de o local ter o nome que tem. Há, sim, um monte de pedras vulcânicas amontoadas pra todo lado, mas a menos que você seja um Smurf ou uma formiga, não dá pra confundir nenhuma dessas pilhas com montanha...

     Mas, falando de nuvens de enxofre, tiramos essa foto interessante:



     Conseguiu enxergar os dois demônios no meio da fumaça? Não? Aqui estão eles:



     O diabinho da direita é mais fácil de identificar, uma vez que se parece mais com a nossa visão ocidental do capeta, mas o da esquerda é um típico Tengu, um tipo de demônio ou duende narigudo do folclore japonês.

     Isso é que é pareidolia, hein?

   Esse jigoku também possui um mini-zoológico com hipopótamos e um elefante, mostrando que mesmo animais de climas mais quentes conseguem viver confortavelmente perto do calor que emana das pedras vulcânicas.

Viagem ao inferno

      Posso não ser Dante, o poeta italiano autor da "Divina Comédia", mas já posso me gabar de ter ido ao inferno e voltado...

     Ao que consta, a residência de demônios, espíritos malignos e almas torturadas virou um centro turístico e atende pelo nome de Beppu, cidade da província de Oita, em Kyushu (ilha localizada ao sudoeste do arquipélago japonês).


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      À maneira da obra de Dante , que dividia o reino do capeta em nove círculos infernais, Beppu também tem vários infernos (dez, no total), cada um com características únicas.

     É possível visitar cada um deles em separado, pagando 400 ienes (o equivalente a uns 9 reais), mas também há a opção de comprar o Jigoku Meguri ou "Tour do inferno" por 2000 ienes (mais ou menos R$45), que dá o direito de visitar oito dos dez jigokus existentes. Escolhemos o pacote turístico com os oito inferninhos e dedicamos um dia inteiro a eles.

Mapa do Jigoku Meguri (bolinhas vermelhas maiores dentro da área cinza):


      Mas que ninguém pense que se tratam de verdadeiros infernos. Jigoku é apenas o nome pelo qual são conhecidas as fontes de águas termais cuja temperatura é tão quente (acima de 50 graus Celsius) que não permite que suas águas sejam utilizadas para tomar banho. Quando a temperatura é baixa o suficiente para que você possa entrar na água sem medo de virar cozido, a fonte é chamada de onsen.

      Beppu é famosa como a área de maior concentração de fontes de águas termais do Japão, e uma das maiores do mundo (em segundo lugar, atrás apenas de Yellowstone, nos Estados Unidos). Segundo dados do site oficial da prefeitura de Beppu(em inglês), existem 2832 fontes de águas termais na região.

A bebida dos sobreviventes



      Essa aí eu encontrei quando passeava pelo bairro chinês de Yokohama. SABAIBARU (Survival) é o nome do composto, supostamente vitaminado. Mais interessante do que o conteúdo é o que vem escrito na lata:

     "Terremotos, guerras, terrorismo... Na hora do perigo, você tem o necessário para sobreviver?"

      Tenho de incluir essa bebida na minha lista de items essenciais para a próxima compra. Afinal, os norte-coreanos já estão calibrando seus mísseis perto do arquipélago...

        Coréia do Norte lança foguete

Da série Japengrish: Gosto não se discute

      Anúncio encontrado dentro de um trem em Osaka.

      Aparentemente, Kimura Takuya* (ou Kimutaku, como ele é conhecido por essas bandas), membro do popular grupo SMAP, não fazia nenhuma idéia de como utilizariam sua imagem nesse comercial. Ou isso ou o rapaz tem gostos meio estranhos...



* Eu sigo a ordem japonesa de escrever os nomes das pessoas, ou seja, começo com o nome de família (sobrenome) e depois o primeiro nome. No ocidente, o nome do cara seria Takuya Kimura.

Você não pode rir senão...

      Esse vídeo é de um programa de humor chamado "Gaki no Tsukai", que passo para o português como "Amestrador de pirralhos" (pra não dizer que não sei como traduzir isso direito, uma vez que tsukai tem inúmeros significados).

      A premissa do programa é simples: reunir vários comediantes em uma sala de aula vestidos como estudantes, mostrar-lhes um vídeo e, se algum deles rir durante a exibição do mesmo, leva uma bambuzada no traseiro. Ridículo, não?

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